Idealizadores: Futebol
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Certamente foi com alívio que Muricy Ramalho tomou conhecimento, na última quarta-feira, dos pedidos da torcida do São Paulo pelo seu retorno ao clube.
Afinal, o Santos, que o demitiu dias antes, foi o sexto clube consecutivo do qual o treinador saiu sem deixar exatamente saudades.
Internacional, São Caetano, São Paulo, Palmeiras e Fluminense vieram antes do time praiano e foram palcos para o desenvolvimento de roteiros bem parecidos. Muricy entra em cena sob suspiros de admiração e sai provocando bocejos de enfado.
Se estivéssemos falando de um técnico comum, destinado a buscar sua vez na dança das cadeiras, este post sequer faria sentido. Mas como explicar esta sequência de desgastes no currículo do técnico mais vitorioso do Brasil nos últimos anos? À exceção do Palmeiras (onde o clima azedou antes do habitual), todos os times citados acima conquistaram títulos importantes sob o comando de Muricy.
Campeão brasileiro em 2006-07-08-10 e da Libertadores em 2011, o treinador peca por não ser uma pessoa simpática, afável. Está sempre passeando debaixo de nuvens carregadas, e este jeitão “funéreo” parece contagiar todo o ambiente.
Mas o maior foco do desgaste está dentro de campo. Seus times são eficientes e bem armados, mas seguem à risca um estilo de jogo burocrático e previsível. Com o tempo, ficam manjados pelos adversários e deixam torcedores e dirigentes descontentes. Este estilo já ganhou até um termo pejorativo: o “Muricybol”.
Por que então uma boa parte (será a maioria?) da torcida do São Paulo o quer de volta ao clube? Muricy passa mais confiança do que Ney Franco, isso é evidente. Estilo de jogo feio à parte, pode ser capaz de arrumar a defesa tricolor e criar algumas jogadas realmente efetivas para levar o time a somar resultados consistentes.
Mas arrisco a dizer que o principal motivo é emocional, subjetivo. Parte da torcida ainda crê no Muricy discípulo de Telê, alguém capaz de incorporar o espírito do “Mestre” e trazer de volta um São Paulo multicampeão e que ainda por cima encante.
A verdade é que Muricy precisa se reciclar para que seus próximos casamentos deem certo. É possível se tornar uma pessoa mais “light” sem abrir mão do “aqui é trabalho”. E é possível montar times sólidos com esquemas menos burocráticos e previsíveis.
Caso contrário, seus casamentos seguirão fazendo água até que não restem mais pretendentes. Ou que só restem candidatas bem menos atraentes e endinheiradas do que as atuais.
Gabriel Silva
Certamente foi com alívio que Muricy Ramalho tomou conhecimento, na última quarta-feira, dos pedidos da torcida do São Paulo pelo seu retorno ao clube.
Afinal, o Santos, que o demitiu dias antes, foi o sexto clube consecutivo do qual o treinador saiu sem deixar exatamente saudades.
Internacional, São Caetano, São Paulo, Palmeiras e Fluminense vieram antes do time praiano e foram palcos para o desenvolvimento de roteiros bem parecidos. Muricy entra em cena sob suspiros de admiração e sai provocando bocejos de enfado.
Se estivéssemos falando de um técnico comum, destinado a buscar sua vez na dança das cadeiras, este post sequer faria sentido. Mas como explicar esta sequência de desgastes no currículo do técnico mais vitorioso do Brasil nos últimos anos? À exceção do Palmeiras (onde o clima azedou antes do habitual), todos os times citados acima conquistaram títulos importantes sob o comando de Muricy.
Campeão brasileiro em 2006-07-08-10 e da Libertadores em 2011, o treinador peca por não ser uma pessoa simpática, afável. Está sempre passeando debaixo de nuvens carregadas, e este jeitão “funéreo” parece contagiar todo o ambiente.
Mas o maior foco do desgaste está dentro de campo. Seus times são eficientes e bem armados, mas seguem à risca um estilo de jogo burocrático e previsível. Com o tempo, ficam manjados pelos adversários e deixam torcedores e dirigentes descontentes. Este estilo já ganhou até um termo pejorativo: o “Muricybol”.
Por que então uma boa parte (será a maioria?) da torcida do São Paulo o quer de volta ao clube? Muricy passa mais confiança do que Ney Franco, isso é evidente. Estilo de jogo feio à parte, pode ser capaz de arrumar a defesa tricolor e criar algumas jogadas realmente efetivas para levar o time a somar resultados consistentes.
Mas arrisco a dizer que o principal motivo é emocional, subjetivo. Parte da torcida ainda crê no Muricy discípulo de Telê, alguém capaz de incorporar o espírito do “Mestre” e trazer de volta um São Paulo multicampeão e que ainda por cima encante.
A verdade é que Muricy precisa se reciclar para que seus próximos casamentos deem certo. É possível se tornar uma pessoa mais “light” sem abrir mão do “aqui é trabalho”. E é possível montar times sólidos com esquemas menos burocráticos e previsíveis.
Caso contrário, seus casamentos seguirão fazendo água até que não restem mais pretendentes. Ou que só restem candidatas bem menos atraentes e endinheiradas do que as atuais.
Gabriel Silva
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